domingo, 5 de dezembro de 2010

Sensores sem fio prometem a diabéticos leitura não-invasiva de açúcar no sangue

"Sistema biossensor lê níveis de glicose sem romper a pele".




Para muitos diabéticos, a desagradável tarefa de tirar sangue várias vezes por dia, a fim de verificar os níveis de glicose no sangue, faz parte da vida. Os esforços para desenvolver dispositivos que possam testar a glicemia, sem a necessidade de picar os dedos várias vezes, não apresentou resultados satisfatórios até agora por causa de dúvidas sobre a precisão, bem como queixas sobre a irritação da pele. Uma empresa tem a esperança de resolver esses problemas com um sensor bioquímico que adere à pele como um curativo e manda leitura contínua da glicose do sangue para um dispositivo portátil sem fio.



Um bom nível de glicose no sangue é essencial para a saúde de um indivíduo, especialmente diabéticos, cujos corpos produzem nenhum ou muito pouco do hormônio insulina regular da glicose. Como os níveis elevados de glicose no sangue podem levar a uma longa lista de problemas graves de saúde – glaucoma, lesões nervosas e doenças do coração, só para citar alguns – diabéticos devem testar os seus níveis de glicose várias vezes ao dia, geralmente utilizando um dispositivo de punção para furar a ponta do dedo e tirar sangue.

Echo Therapeutics, com sede em Franklin, Massachusetts, está desenvolvendo um sistema de monitoramento contínuo da glicose transdermal, uma rede sem fio e livre de agulhas chamado Symphony tCGM para diabéticos (há cerca de 24 milhões nos Estados Unidos) e para uso em unidades hospitalares de cuidados intensivos.

Symphony tCGM tem três componentes básicos: a Prelude SkinPrep System, dispositivo aproximadamente do tamanho e forma de um barbeador elétrico, que raspa a superfície morta mais externa da pele (microdermoabrasão), deixando uma mancha do tamanho de uma moeda; um biossensor de glicose que é aplicado lá (em geral no peito ou parte superior das costas) e também um dispositivo sem fio que lê os níveis de glicose do biossensor.


O Prelude remove a pele e cabelo que podem interferir na leitura do biossensor. Ele passa minúsculos impulsos elétricos na pele, explica o presidente e CEO da Echo Terapêutica, Patrick Mooney. Com base na resposta a esses impulsos, o Prelude pode determinar quando viveu aquela célula subjacente da pele, o que permite ao biossensor proporcionar uma leitura mais precisa. O paciente, então, aplica o biossensor em forma de disco no pedaço de pele preparada pelo Prelude. A membrana na superfície do biossensor detecta como a glicose se difunde para fora dos capilares do corpo. O sensor contém uma enzima que reage com a glicose e retransmite a indicação como um sinal elétrico. O impulso passa sem fio para um computador de mão, que registra as informações e monitora as leituras. Cada sensor pode ser usado por dois dias antes de ser substituído por um novo, e então usado no mesmo local ou em outro local tratado pelo Prelude.

O Tufts Medical Center, em Boston, passou vários anos como uma clínica de teste do Symphony eco tCGM. “Frequentemente, durante cirurgias, colhíamos amostras de sangue para testes instantâneos” dos níveis de glicose no sangue, independentemente de o paciente ser ou não diabético, afirma Michael England, chefe do centro de anestesia cardíaca de adultos. O monitoramento contínuo é particularmente importante durante a cirurgia, porque os níveis de insulina variam de acordo com o paciente. “A insulina regular dada às pessoas nas cirurgias pode demorar de 45 minutos a uma hora para fazer efeito”, diz ele.

England é coautor (juntamente com três pesquisadores da Echo) de um estudo de julho de 2008 no Journal of Diabetes Science and Technology, que indicou que a precisão das medições de glicose no sangue da Symphony foi comparável com as práticas mais comuns de desenho e análise de amostras de sangue. Esse achado foi consistente com os resultados de um estudo da tCGM Symphony que a Echo anunciou em novembro. Usando cerca de 900 leituras de glicose Symphony tCGM emparelhado com medições de referência de glicose no sangue (realizadas por meio de amostras de sangue), a Echo alegou sua tecnologia foi 97% precisa.

Além do seu potencial impacto sobre a cirurgia e manutenção diária da diabetes, diz Inglaterra, o monitoramento contínuo da glicose pode ajudar os médicos a entender melhor a insulina e como ela funciona no organismo. Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo usam insulina, de acordo com o Centro de Diabetes Joslin, em Boston.

O único medidor de glicose não-invasivo que recebeu aprovação da FDA nos Estados Unidos não está mais no mercado. Em 2001, Cygnus, Inc., ganhou a aprovação para sua GlucoWatch, usado como um relógio de pulso a ser empregado em conjunto com exames de sangue convencionais para detectar as tendências e padrões nos níveis de glicose do paciente. O GlucoWatch administra uma pequena carga elétrica no pulso para trazer glicose á superfície da pele onde ela poderia ser medida a cada 10 minutos. O uso do dispositivo, no entanto, foi interrompido em 2007, após denúncias sobre sua precisão, o que causou irritação em alguns usuários.

Monitoramento da glicose é extremamente importante para os diabéticos, mesmo que um pouco invasiva – incluindo aqueles sistemas que paciente pica os dedos para a obtenção de sangue – são usados por milhões de pessoas e tem vendas na casa dos bilhões. “Todo mundo com quem falo no campo diabetes sente que o acompanhamento transdérmico é um mal necessário”, diz Robert Langer, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) .

England adverte, no entanto, que encontrar um sistema eficaz de monitoramento contínuo da glicose transdérmica é apenas um passo no controle da diabetes. Ainda não há consenso sobre o que constitui o “nível de certo de glicose” em diferentes pacientes, diz ele. Até que se determine o benefício de ter maior controle sobre os níveis de glicose no sangue, essa é uma “questão em aberto”, acrescenta. “Nós nunca tivemos a tecnologia para este estudo.”

Implante cerebral de seda é esperança para epilepsia e lesões da coluna

Implante de seda
Cientistas criaram um novo tipo de eletrodo para implantes cerebrais que praticamente se funde no lugar, adequando-se com perfeição à superfície irregular do cérebro.
Feito de uma mescla precisa de polímero, metal e seda, o implante ultrafino é menos invasivo do que os tradicionais eletrodos de agulha, praticamente não causando danos ao cérebro.
A parte de seda - ou fibroína, a proteína da qual a seda é feita - é projetada para dissolver-se depois que os eletrodos são implantados no cérebro, garantindo um perfeito contato e leituras mais precisas dos impulsos elétricos do cérebro.
Eletrodo cerebral
A tecnologia pode impulsionar o campo das interfaces cérebro-máquina e permitir a criação de dispositivos práticos para monitorar e controlar as convulsões epilépticas e até mesmo para transmitir sinais do cérebro para partes específicas do corpo, saltando partes danificadas por fraturas na coluna vertebral.
"Estes implantes têm o potencial para maximizar o contato entre os eletrodos e o tecido cerebral, minimizando os danos ao cérebro. Eles podem fornecer uma plataforma para uma grande variedade de dispositivos médicos, com aplicações na epilepsia, nas lesões da medula espinhal e outras desordens neurológicas," afirma o Dr. Walter Koroshetz, do Instituto Nacional de Desordens Neurológicas, dos Estados Unidos.
Os experimentos demonstraram que os implantes ultrafinos e flexíveis, recobertos de seda, captam a atividade cerebral mais fielmente do que os implantes mais grossos utilizados atualmente, mesmo quando utilizados em conjunto com o mesmo circuito eletrônico de suporte.
Eletrodos neurais
A primeira geração de eletrodos neurais, usados para gravação dos sinais cerebrais - e ainda a mais largamente utilizada - consiste em pequenas agulhas metálicas que penetram profundamente no tecido cerebral.
A segunda geração trouxe as chamadas matrizes de microeletrodos, constituídas por dezenas de eletrodos de fio semi-flexível. Embora menos invasivas, essas matrizes são essencialmente chips ultraminiaturizados, e a sua base de silício rígida não lhes permite conformar-se à superfície irregular do cérebro.
Já os novos eletrodos neurais à base de seda podem literalmente "abraçar" o cérebro, adaptando-se às ranhuras e se estendendo por suas superfícies arredondadas, colando-se como se fosse uma fita adesiva.
A flexibilidade também permite que eles se adaptem aos movimentos normais, ou até anormais, do cérebro no interior do crânio.
Seda, metal e plástico
Além de sua flexibilidade, a seda foi escolhida como material base dos eletrodos porque ela é resistente o suficiente para suportar a inserção das finas vias metálicas responsáveis por captar os sinais do cérebro e enviá-los para os equipamentos de processamento.
A seda também permite que os implantes sejam projetados para evitar reações inflamatórias e para dissolver-se em tempos predeterminados, que podem variar de quase imediatamente após o implante até anos mais tarde.
As matrizes de eletrodos de metal - com cerca de 500 micrômetros de espessura - podem ser impressas em camadas de poliimida (um tipo de plástico) e de seda e, a seguir, posicionadas sobre o cérebro.
A parte eletrônica do implante foi obtida com a colaboração da equipe do professor John Rogers, da Universidade de Illinois, que desenvolveu circuitos eletrônicos superflexíveis usados, por exemplo, em uma câmera digital que imita a retina humana.
Epilepsia e lesão na coluna
Em pacientes com epilepsia, as matrizes de eletrodos cerebrais podem ser usadas para detectar quando a crise epiléptica está começando, e enviar de volta ao cérebro pulsos elétricos que anulem os ataques.
Nas pessoas com lesões na coluna vertebral, a tecnologia tem potencial para ler diretamente no cérebro os sinais complexos que comandam os movimentos e encaminhar esses sinais diretamente para os músculos saudáveis ou para próteses, saltando a porção danificada.

Dispositivos de microfluídica mostram como células tumorais Migram

Usando um dispositivo microfluídica projetado para reproduzir o microambiente física dos pequenos vasos sanguíneos e os espaços entre as células, os pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura ter imaginado células tumorais únicas deformação à medida que migram através do dispositivo. Esta ferramenta pode ser útil para estudos que visam compreender melhor a metástase e em ensaios de alta taxa de transferência de drogas destinadas a identificar as moléculas que alteram a migração celular.
Reportagem seu trabalho na revista Microvascular Research, uma equipa de investigação conduzida por M. Mani Maran, Ph.D., descreveu a construção do seu dispositivo de monitoramento movimento celular usando técnicas litográficas. A característica principal do dispositivo é um conjunto de três canais microfluídicos paralelo, cada um separado do outro por uma linha perpendicular das lacunas de uma das três micrômetros de espessura ou 10 micrômetros de largura. Uma única célula percorre, quer do exterior de dois canais, enquanto que uma solução contendo um chemoattractant - um produto químico que desencadeia a migração de células - flui através do canal central. Todo o dispositivo se senta em um microscópio para que em tempo real de imagens de movimento celular através do dispositivo.
Os pesquisadores estudaram a migração de células com três diferentes linhas de células tumorais humanas, os quais apresentaram comportamento semelhante para o dispositivo. Células que flui através do canal revestido por 10 clareiras micrômetro movido facilmente por pequenas fendas no canal central, e os pesquisadores foram capazes de medir a velocidade com que as células se mudou e observar como as células deformadas como deslizou através dos canais. Em contraste, as células que flui através do canal revestido por três lacunas micrômetro sondou as lacunas, mas não atravessar o canal central. Os pesquisadores observaram as células parar uma lacuna, investigando, e então recuando e continuando até o canal para a abertura seguinte. Os pesquisadores foram capazes de monitorar as células do dispositivo por até cinco dias antes que as células morreram.
Ao forçar as células a passar pela 3 lacunas micrômetro - os pesquisadores não tinham detalhes como eles conseguiram esse feito - os pesquisadores foram capazes de comparar a forma como as células se deformam à medida que passam através do e menores espaços maiores. A partir destes dados, os pesquisadores concluíram que as membranas das células cancerosas não conseguem suportar o aumento de duas vezes da tensão superficial que ocorre quando atravessar o menor desnível em relação à maior abertura. Eles notam que estes resultados sugerem que pode ser possível atingir a elasticidade da membrana celular como um meio de matar células do câncer metastático.


Este trabalho é detalhado em um documento intitulado "Uma observação quantitativa e imagem de tumor de células de migração única e deformação usando uma lacuna de vários dispositivos microfluídicos representando o vaso sanguíneo." Investigadores da Universidade Nacional de Cingapura também participaram deste estudo. Um sumário deste papel está disponível através do PubMed. Ver resumo .
http://nano.cancer.gov

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Marcapasso a laser regula batimentos cardíacos com luz


Fonte: Redação do Diário da Saúde
Marcapassos a laser regula batimentos cardíacos com luz
A ideia de usar o laser infravermelho pulsado em um coração embrionário veio da leitura de um artigo científico pouco conhecido, publicado nos anos 1960. [Imagem: Michael Jenkins]


Ritmo de luz
Não são apenas exercícios físicos e estar apaixonado que têm potencial para acelerar o coração - um feixe de raio laser também, acabam de descobrir cientistas das universidades Case Western e Vanderbilt, nos Estados Unidos.
Naquilo que poderá se transformar em uma tecnologia revolucionária para uma nova geração de marcapassos, os cientistas conseguiram induzir contrações musculares no coração de cobaias, sem danos para o tecido cardíaco, aplicando-lhe pulsos de laser.
Os resultados foram publicados na revista Nature Photonics.
Defeitos congênitos no coração
Segundo os cientistas, este dispositivo não-invasivo poderá se transformar em um instrumento importante para a compreensão de como fatores ambientais que alteram os batimentos cardíacos de um embrião podem levar a defeitos congênitos.
Ele também pode ajudar nas pesquisas de eletrofisiologia cardíaca ao nível das células, do tecido e do órgão. E, possivelmente, ao desenvolvimento de uma nova geração de marcapassos.
"Os mecanismos por trás de muitos defeitos congênitos não são bem conhecidos. Mas, há uma suspeita de que, quando o coração embrionário bate mais lento ou mais rápido do que o normal, isto altera a regulação genética e altera o desenvolvimento," diz Michael Jenkins, coautor da pesquisa.
"Se conseguirmos controlar o ritmo com precisão, poderemos descobrir como estrutura, função e expressão gênica trabalham em conjunto," diz Watanabe Michiko, outra membro da equipe.
Como o laser faz o coração bater?
A ideia de usar o laser infravermelho pulsado em um coração embrionário veio da leitura de um artigo científico pouco conhecido, publicado nos anos 1960, quando cientistas verificaram que a exposição contínua à luz visível acelerava o ritmo cardíaco de um embrião de galinha.
Por outro lado, Eric Jansen, que participou da pesquisa, já havia usado um laser infravermelho para estimular nervos.
Eles, então, levantaram a hipótese de que a luz infravermelha pulsante poderia a estimular um coração embrionário.
Os cientistas acreditam que os pulsos de luz infravermelha criam um gradiente de temperatura no tecido do coração, abrindo canais iônicos em cascata ao longo de uma célula do coração. Este efeito dispara impulsos elétricos em larga escala, que fazem o coração contrair.
Marcapassos infantil
A pesquisa ainda está no início, "mas acreditamos que isso tem implicações interessantes, especialmente se pudermos alcançar os mesmos resultados no coração de adultos," dizem eles.
O grupo já começou esta nova etapa da pesquisa, fazendo agora experiências com tecido cardíaco de adultos, para determinar se o laser pode ser utilizado como um marcapasso implantável ou para manter o ritmo cardíaco de adultos durante uma cirurgia ou outro procedimento clínico.
Para Watanabe, a descoberta poderá permitir o desenvolvimento de um marcapassos para crianças e bebês, ou mesmo para um feto ainda dentro do útero.
No entanto, muitos estudos deverão ainda ser feitos para avaliar se o mecanismo vai funcionar e se será seguro.
Em corações de crianças ou jovens, o uso de eletrodos - que é a técnica convencional, que usa os fios para levarem eletricidade e controlar o ritmo do coração - pode causar danos e o uso a longo prazo dos marcapassos tradicionais pode levar à insuficiência cardíaca, explica a Dra. Watanabe.

Robô japonês navega e faz cirurgia no interior do corpo humano


A tecnologia japonesa lança o CapCel, um micro-robô que pode ser inserido no interior do corpo humano e guiado remotamente para fazer tratamentos médicos, cirurgias ou simplesmente para fotografar áreas suspeitas ou lesionadas.
A tecnologia japonesa lança o CapCel, um micro-robô que pode ser inserido no interior do corpo humano e guiado remotamente para fazer tratamentos médicos, cirurgias ou simplesmente para fotografar áreas suspeitas ou lesionadas. O minibot mede 2 centímetros de comprimento por 1 centímetro de diâmetro e é encapsulado em um revestimento plástico biocompatível e facilmente esterilizável. Seu peso é de apenas 4,6 gramas, graças ao desenvolvimento de um circuito integrado que contém toda a sua parte eletrônica em um único chip. Ao invés de controles remotos, que poderiam aumentar muito o seu tamanho, o CapCel move-se livremente no interior do corpo humano por meio de campos magnéticos aplicados externamente. Com essa solução, além de dar ao mini-robô a capacidade para fazer movimentos precisos, os cientistas aumentaram ao máximo a capacidade de equipamentos úteis que ele pode carregar. Todas as informações captadas pelos robôs são passadas para um computador por meio de um cabo de 2 milímetros de diâmetro. Além de meio da comunicação, o cabo serve também como garantia de segurança, na eventualidade de algum problema técnico que impeça.

Técnica inovadora destrói tumor sem efeitos colaterais nocivos da quimioterapia

Fonte: isaúde.net  08/10/10 

Novos compostos moleculares que são ativados pela luz laser estão se revelando promissores nos ensaios pré-clínicos

Pesquisadores da Faculdade de Ciências na Universidade Virginia Tech, nos Estados Unidos, desenvolveram compostos moleculares que, quando ativados por luz laser, têm a capacidade de destruir células cancerosas sem muitos dos efeitos colaterais que acontecem atualmente. O novo método para tratamento do câncer de mama está se revelando promissor no início dos ensaios pré-clínicos.
A equipe de investigação, liderada pelas professoras Karen Brewer e Brenda Winkel desenvolveu uma maneira de erradicar tumores sem os efeitos secundários nocivos da quimioterapia, da radiação ou de uma cirurgia. O grupo construiu o que Brewer chama de uma máquina molecular: Ele procura por células cancerosas de rápida replicação e torna-se letal apenas quando exposto à luz.
Quando combinada com um laser de penetração profunda, a nova molécula pode ajudar a combater o câncer de rápido crescimento, como os de mama, próstata e pulmão, que até agora não foram capazes de ser penetrados por terapias de luz.
"Essa pesquisa traz o potencial para um impacto enorme sobre uma doença devastadora, e estamos animados para trabalhar com investigadores mundiais para o desenvolvimento dessa tecnologia", disse Roger Dumoulin-White, da Theralase Technologies, que produziu o laser.
O tratamento já começou recentemente os ensaios clínicos de Fase II, como parte de um roteiro de 7 anos para a aprovação do departamento de Food and Drug Administration dos Estados Unidos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Ossos artificiais feitos de madeira em fase de teste

 

Experimentados em ovelhas, os ossos estão a dar bons resultados

2010-01-12
Anna Tampieri lidera a investigação
Anna Tampieri lidera a investigação
Um grupo de cientistas de Itália está a criar ossos artificiais de madeira que poderão vir a ser implantados em seres humanos.

Os investigadores do Laboratório ISTEC de Biocerâmica de Faenza (Bolonha) descobriram uma forma de converter madeira de ratã (Calamus rotang) em material similar ao tecido ósseo do ser humano. Esses «ossos» foram já experimentados em ovelhas.

O processo consiste em cortar os compridos caules tubulares do ratã (madeira de palmeiras) em pequenas peças maleáveis.

Depois, estas são cortadas em pedaços ainda mais pequenos para poderem ser submetidas a um complexo processo químico. As peças são colocadas num forno onde se acrescentam carbono e cálcio.

Vão posteriormente para outra máquina onde são submetidos a uma intensa pressão e injectados com uma solução de fosfato. Dez dias depois a madeira transforma-se num material semelhante ao osso.

Os cientistas testaram outros tipos de madeira, mas foi a ratã que melhor se adequou ao pretendido, graças às suas características. Como é porosa, o sangue, os nervos e outros compostos podem circular através dela.

A madeira depois da transformação química
A madeira depois da transformação  química
Anna Tampieri, investigadora que lidera o grupo, acredita que este processo é promissor. O novo osso é forte e por isso aguenta o peso do corpo. Além do mais, é durável e não precisa de ser substituído, ao contrário dos actuais ósseos artificiais.

O novo osso está a ser estudado pelo Hospital Universitário de Bolonha, onde o ortopedista Maurillo Marcacci faz as observações das ovelhas em que foram implantados.

Partículas dos ossos verdadeiros estão a migrar para o osso de madeira. Os investigadores acreditam que dentro de alguns meses o osso natural e o artificial não se distinguirão.
Fonte: Ciência Hoje

Pele eletrônica artificial terá uso em robôs e humanos

Pele eletrônica artificial terá uso em robôs e humanos
Os cientistas conseguiram dar uma elevada flexibilidade aos materiais inorgânicos, muito eficientes, mas geralmente quebradiços. [Imagem: Takei et al./Nature Materials]

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2010

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, sintetizaram um novo material eletrônico sensível à pressão a partir de nanofios semicondutores.
A conquista abre caminho para o desenvolvimento de um novo tipo de pele artificial para uso em robôs e, no futuro, também em humanos.
"A ideia é fazer com que o material tenha funcionalidades semelhantes à da pele humana, o que implica incorporar a capacidade de tocar e de sentir objetos", disse Ali Javey, coordenador da pesquisa.
O material, batizado de e-skin (pele eletrônica) por seus criadores, é o primeiro feito de semicondutores inorgânicos cristalinos.
Pele artificial robótica
Uma pele artificial sensível ao toque ajudará a superar um grande desafio na robótica: controlar a quantidade de força necessária para segurar e manipular uma ampla gama de objetos.
"Os humanos sabem como segurar um ovo totalmente frágil sem quebrá-lo. Se quisermos que um robô faça isso, ou lave as louças, por exemplo, precisamos ter certeza de que ele não quebrará as taças de vinho no processo. Mas também queremos que o mesmo robô seja capaz de segurar com firmeza uma chaleira sem derrubá-la", disse Javey.
Um objetivo mais distante é usar a pele eletrônica para restaurar o sentido do tato em pacientes que precisam de membros protéticos. Mas essas novas próteses ainda exigirão avanços importantes na integração dos sensores eletrônicos com o sistema nervoso humano.
Em 2008, a mesma equipe havia criado o primeiro chip sensorial, integrando sensores e circuitos eletrônicos em uma mesma plataforma.
Pele eletrônica inorgânica
Tentativas anteriores de desenvolver pele artificial se basearam em materiais orgânicos, por serem flexíveis e de processamento relativamente simples.
"O problema é que os materiais orgânicos são semicondutores ruins, o que significa que dispositivos eletrônicos feitos com eles precisarão frequentemente de altas tensões para que seus circuitos funcionem", disse Javey.
Já os materiais inorgânicos, como o silício cristalino, têm propriedades elétricas excelentes, podem operar com baixa potência e são quimicamente estáveis. "Mas, historicamente, esses materiais têm-se mostrado sem flexibilidade e fáceis de quebrar," disse Javey.
"Nesse aspecto, trabalhos de vários grupos de pesquisa, inclusive o nosso, têm mostrado recentemente que fitas ou fios minúsculos de materiais inorgânicos podem se tornar altamente flexíveis, isto é, ideais para eletrônicos flexíveis e sensores," afirma o pesquisador.
Pele eletrônica artificial terá uso em robôs e humanos
Os transistores foram integrados sob uma borracha sensível à pressão, de modo a se inserir a funcionalidade sensorial. [Imagem: Takei et al./Nature Materials]
Como é feita a pele eletrônica
Para fabricar a pele eletrônica, inicialmente os cientistas cultivaram nanofios de germânio e silício, com espessura nanométrica (bilionésimos de metro), em um tambor cilíndrico. Em seguida, o tambor foi rolado em um substrato pegajoso.
O substrato usado foi um filme polimérico de poliimida, mas os pesquisadores afirmam que a técnica pode funcionar com diversos materiais, incluindo outros plásticos, papel ou vidro.
À medida que o tambor rolava, os nanofios eram depositados no substrato de maneira ordenada, formando a base a partir da qual folhas finas e flexíveis de materiais eletrônicos podem ser construídas.
Os pesquisadores imprimiram os nanofios em matrizes quadradas com 18 por 19 pixels, medindo 7 centímetros de cada lado. Cada pixel contém um transistor feito de centenas de nanofios semicondutores. Os transistores foram integrados sob uma borracha sensível à pressão, de modo a se inserir a funcionalidade sensorial.
A matriz precisou de menos de 5 volts de eletricidade para funcionar e manteve seu rendimento após ter sido submetida em testes a mais de 2 mil ciclos de dobras.
Segundo os pesquisadores, a pele eletrônica foi capaz de detectar pressões de 0 a 15 quilopascals, uma faixa comparável à força usada para atividades diárias, como digitar em um teclado de computador ou segurar um objeto.

Rim artificial implantável promete acabar com diálise

Rim artificial implantável promete acabar com diálise
Modelo do rim bioartificial implantável mostrando seu sistema em dois estágios. Milhares de filtros em nanoescala removem as toxinas do sangue, enquanto um "biocartucho" de células tubulares renais replicam as funções de equilíbrio metabólico e da água de um rim humano 


Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/09/2010




Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos,apresentaram um modelo de um aparelho que poderá se tornar o primeiro rim artificial implantável, em um desenvolvimento que poderá eliminar a necessidade de diálise e acabar com as filas de transplantes.
Biofiltro
O aparelho contém milhares de filtros microscópicos e um biorreator que replica as funções de equilíbrio metabólico e da água de um rim real.
O rim artificial implantável está sendo desenvolvido em um esforço colaborativo multidisciplinar, que inclui engenheiros, biólogos e médicos de várias instituições dos Estados Unidos.
O tratamento já comprovou ser eficiente - uma versão maior do aparelho e as suas partes constituintes foram testadas com sucesso em modelos animais e em pacientes graves.
O objetivo dos cientistas agora e miniaturizar o equipamento, usando a tecnologia de fabricação de chips para criar um rim artificial "do tamanho de uma caneca de café", além de compartimentos especiais para inserir culturas de células vivas do rim.
Rim artificial implantável
O rim artificial implantável é um equipamento em dois estágios que usa um hemofiltro para remover as toxinas do sangue.
Contudo, mais do que um mero filtro, o equipamento emprega as últimas técnicas de engenharia de tecidos - tecidos biológicos crescidos em laboratório - que permitem que células tubulares renais vivas cresçam em compartimentos adequados dentro do equipamento, fornecendo outras funções biológicas de um rim saudável.
O equipamento funciona com base na pressão do sangue do próprio paciente para realizar a filtragem, dispensando o uso de bombas e, portanto, de baterias ou de uma fonte de energia externa.
A primeira fase do projeto, que já foi concluída, incluiu o desenvolvimento das tecnologias necessárias para miniaturizar o equipamento até um tamanho que possa caber no corpo humano e o teste dos componentes individuais em modelos animais.
Na segunda fase, que começou agora, a equipe está fazendo o trabalho de acabamento mais sofisticado, necessário para dimensionar o rim artificial para seres humanos.
Transplante de rim artificial
Segundo os médicos, o dispositivo poderá ser implantado sem a necessidade de usar supressores imunológicos, permitindo que o paciente leve uma vida mais próxima do normal do que quando ele precisa se deslocar constantemente para fazer diálises ou após receber um transplante de um doador humano.
"Este dispositivo foi projetado para oferecer a maior parte dos benefícios de um transplante de rim, resolvendo o problema do reduzido número de doadores de rins," disse Shuvo Roy, um especialista no desenvolvimento de sistemas microeletromecânicos (MEMS) para aplicações biomédicas.
Segundo Roy, os primeiros rins artificiais vão agora começar a ser testados em modelos animais, e deverão estar prontos para testes clínicos em humanos em um período de cinco a sete anos.
A insuficiência renal crônica, a fase final da doença renal, atualmente só é plenamente tratada com um transplante de rim. O número de pacientes que chegam a esse estágio está aumentando, em parte por causa de lesões renais associada ao diabetes e à hipertensão.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tecnologias na Radioterapia e aplicação na Engenharia Biomédica

Tecnologias na Radioterapia e aplicação na Engenharia Biomédica

Fonte: Trabalho de Física Médica-UFPE
Recife, junho de 2010
Alunos(a): Ana Laisi M. Parente, Cayo Leal


A cada ano, o câncer mata aproximadamente sete milhões de pessoas no mundo, segundo cálculos do Fundo de Pesquisas sobre o Câncer Mundial, que, no entanto, acha que este número pode chegar a 16 milhões até 2020. Contudo, se a doença é diagnosticada a tempo no paciente, há grandes possibilidades da pessoa sobreviver à doença, ou pelo menos prolongar um pouco o tempo de vida que a resta.
A Radioterapia é um tratamento que ajuda no combate ao câncer, através de radiações que atingem diretamente o tumor, com esse ataque a velocidade da regressão tumoral apresenta um grau de sensibilidade, pois a célula tumoral apresenta um poder de divisão fora dos padrões de uma célula normal, ou seja, a radiação atinge as células que apresentam maior atividade no corpo, logo, as células tumorais.

Conceito
Câncer é o nome dado ao crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas, se dividem sem respeitar os limites normais, invadem e destroem tecidos adjacentes, e podem se espalhar para lugares distantes no corpo, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno são auto-limitados em seu crescimento e nao invadem tecidos adjacentes (embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem malignos).

Figura 2: Células Cancerígenas


Como se comportam as Células Cancerosas:

• Multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado, o acúmulo dessas células forma os tumores malignos.
• Adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar, invadem inicialmente os tecidos vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sangüíneo ou linfático e, através desses, disseminar-se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo do tipo da célula do tumor, algumas dão metástases rapidamente e mais precocemente, outros o fazem bem lentamente ou até não o fazem.
• As células cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas suas funções do que as suas correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão substituindo as normais, os tecidos invadidos vão perdendo suas funções. Por exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações respiratórias, a invasão do cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações da consciência etc.

• Radioterapia

É um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.
As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia, ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de DNA. Estas radiações não são vistas e durante a aplicação o paciente não sente nada.
A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada.
Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução. A Metade dos pacientes que possuem câncer, geralmente são tratados com radiações, e é cada vez maior o número de pessoas que ficam curadas com este tratamento. Para muitos pacientes, é um meio bastante eficaz, fazendo com que o tumor desapareça e a doença fique controlada, ou até mesmo curada.
Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.
A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local, outros apresentam sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia. A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.

Equipamentos utilizados na Radioterapia:

Raio-X de Quilovoltagem
Três tipos de terapia fazem uso desse equipamento: terapia de contato, superficial e profunda. No aparelho, os elétrons são acelerados por meio de uma diferença de potencial entre dois eletrodos (cátodo e ânodo). O cátodo consiste em um filamento helicoidal de tungstênio, que quando aquecido, libera elétrons em direção ao ânodo, formando uma corrente eletrônica que viaja diretamente entre o filamento e o ânodo (também conhecido como alvo). A desaceleração causada pela colisão dos elétrons com o alvo emite radiação X. Os raios-x vão para todas as direções, por isso uma carapaça metalizada envolve a ampola, deixando passar apenas um feixe de radiação direcionado. Como grande parte da energia é convertida em calor, o alvo tem que ser feito de um material de alto ponto de fusão, como o tungstênio. A ordem da voltagem aplicada é quilovolt e a corrente de elétrons é da ordem de miliampère (mA). Esse processo é limitado, não atingindo energias muito altas.

Terapia de Contato
É o primeiro tipo de terapia que faz uso de equipamentos de raios x de quilovoltagem. Estes aparelhos operam com quilovoltagem entre 30 e 50 kVp (kilo volt pico) e, normalmente, com 2 mA de corrente. Alcançam profundidades de até 2 cm nos tecidos, mas atualmente vêm sendo substituídos pela eletronterapia, que emite um feixe de elétrons com energia entre 4 e 10 MeV, em uma profundidade de até 5 cm.
▪ Terapia Superficial - Também opera com equipamentos de raios x, porém com potenciais de 50 a 150 kVp e com corrente entre 10 e 20 mA. A distância foco-superfície fica entre 20 e 40 cm.
▪ Terapia Profunda (ou Ortovoltagem) - O equipamento de raios x atua em potenciais entre 150 e 300 kVp, com corrente no tubo entre 10 e 20 mA. A distância foco-superfície fica entre 30 e 50 cm.









Figura  : Raio-X de Quilovoltagem - Ortovoltagem (Stabilipan)


Atualmente os equipamentos de Ortovoltagem cederam lugar para os equipamentos de Megavoltagem, pois o poder de penetração dos equipamentos de megavoltagem é bem superior que os equipamentos de ortovoltagem. Por isso, os esquemas de tratamento e composições de campo utilizadas com aparelhos de cobalto e Aceleradores Lineares produzem uma homogeneidade de dose e menor irradiação dos tecidos sadios em níveis incomparáveis aos da ortovoltagem.

 Equipamentos de Megavoltagem (Aceleradores Lineares)
Submetidos às altas velocidades entre um pólo positivo (+) e negativo (-), os elétrons chocam-se com um anteparo metálico de alto número atômico, localizado na extremidade positiva. Tudo isso ocorre dentro de um tubo com vácuo, o que aumenta ainda mais a velocidade dos elétrons. A bruta desaceleração causada pela colisão dos núcleos dos átomos do anteparo com os elétrons,faz com que os últimos liberem energia. Tal energia, que fica na faixa de 1 MeV ou mais, é transformada em raios x.
O princípio básico de funcionamento dos aceleradores lineares baseia-se na utilização de um tubo cilíndrico, cujo interior possui discos metálicos com um orifício no meio. Esses discos estão de tal maneira que fique uma fileira ordenada alternadamente com pólos negativo, positivo, negativo, positivo. No momento em que os elétrons são guiados por microondas geradas em pequenos pulsos (ou ondas de radiofreqüência), o feixe de elétrons passa pelos orifícios dos discos e aumenta de velocidade. Dessa maneira, e com campos elétricos variáveis, os elétrons são acelerados até a energia desejada. Os aceleradores lineares apresentam muitas vantagens em relação aos outros aparelhos. Apesar de gerarem muito mais energia, o mecanismo de precisão dos aceleradores é mais seguro e a taxa de dose de radiação é fixa ao longo do tempo. Eles também não fazem uso de elementos atômicos que precisam ser guardados após sua vida útil. Isso não acontece com os aparelhos de cobalto, nos quais as fontes de radiação precisam ser devolvidas em contêineres especiais para a fábrica, onde serão mantidos em observação rigorosa por anos. Por outro lado, os aceleradores precisam de maior manutenção e pessoal mais habilitado para o seu funcionamento.
Atualmente, o principal objetivo dos estudos referentes à radioterapia é o desenvolvimento de técnicas e equipamentos que permitam a liberação de doses altas de radiação no volume a ser tratado, mantendo-se as doses nos tecidos vizinhos em valores tão baixo quanto possível.
Com o intuito de aumentar a eficiência do tratamento radioterápico, aceleradores lineares de uso médico de alta energia ( acima de 10 MV ) são utilizados. No entanto, a interação dos feixes primários de fótons e elétrons com os materiais constituintes do cabeçote do acelerador produzem feixes terapêuticos que são contaminados por nêutrons. Esses fotonêutrons (nêutrons gerados por fótons) atravessam o cabeçote do acelerador em todas as direções, contribuindo com uma dose indesejável para o paciente. Dessa forma, o conhecimento dos espectros de fotonêutrons gerados em aceleradores clínicos é importante, para a determinação dos valores de dose de nêutrons administrados aos pacientes num tratamento de radioterapia.






Figura : Esquema de um acelerador linear: 1-Fonte de elétrons; 2-Alvo; 3-Feixe de elétrons ou fótons, 4-Mesa de tratamento.









Figura  : Acelerador Linear (Toshiba- Mitsubishi LMR)



   Telecobaltoterapia
Fontes de Co-60 liberam fótons com energias de 1,17 MeV e 1,33 MeV. Como a fonte é radioativa, a emissão de fótons é contínua, ou seja, a fonte não para de emitir fótons. Quando a máquina está desligada, a fonte permanece guardada numa blindagem adequada para evitar a saída dos raios gamas.
Como conseqüência do decaimento radioativo, as fontes de alta atividade(centenas de GBq), dos aparelhos de cobalto-60 diminuem de intensidade na taxa de 1,1% ao mês. Depois de 5,27 anos, que é o valor de meia-vida do Co-60, o tempo de exposição do paciente ao feixe é maior em relação ao inicial para que seja atingida a mesma dose. Isto acarreta uma chance maior do paciente se mover, principalmente, quando sente dores intensas, fazendo com que o tumor fique fora do campo de irradiação, não seja adequadamente tratado e, também, que partes sadias entrem no campo e sejam lesadas.
Desse modo, uma fonte de cobalto-60 de teleterapia deve ser trocada pelo menos a cada 8 anos. Entretanto, deve ser enfatizado que os aparelhos que portam uma fonte de cobalto-60 necessitam de menos manutenção dos que os aceleradores lineares.
Não mais recomendado como fonte desse aparelho, devido a sua baixa penetração e rendimento, o césio-137 ainda pode ser encontrado em serviços mais antigos. Hoje, a fonte de radiação utilizada é o cobalto-60, graças ao advento dos reatores nucleares, que permitiram a produção de radioisótopos de alta atividade. O cobalto-60 emite 1,17 a 1,33 MeV de energia na forma de raios gama, e por esta energia ser emitida continuamente e para todas as direções, a fonte fica armazenada em um invólucro de chumbo e urânio. Para se utilizar o feixe gama, há mecanismos de exposição da fonte, que se baseia em sistemas rotacionais como na figura abaixo.

Alguns itens básicos de segurança radiológica de sua instalação são:
◦ DISPOSITIVO DE INTERTRAVAMENTO DA PORTA;
◦ INDICAÇÃO MECÂNICA DE FEIXE ATIVADO;
◦ EXISTÊNCIA DE DISPOSITIVO PARA RECOLHIMENTO MECÂNICO EMERGENCIAL DA FONTE;
◦ DOSIMETRIA SISTEMÁTICA E RECENTE DOS FEIXES.







Figura : Fonte de Cobalto


Materiais que auxiliam na Radioterapia:

Colimadores
São utilizados quando deseja-se proteger regiões e órgãos críticos. Colimadores são de materiais que absorvem a radiação (geralmente de chumbo), impedindo-a de atingir o paciente. As regiões a serem protegidas são desenhadas na radiografia, que serve de referência para a confecção de um molde de isopor que é utilizado para produzir o definitivo em chumbo. Para a confecção do molde de isopor utiliza-se um cortador que consiste de um fio metálico através do qual passa uma corrente elétrica, aquecendo-o. Este fio segue uma trajetória equivalente à projeção do feixe de radiação até o paciente. O isopor é posicionado a uma distância da origem do fio que é a mesma em que será posicionada a bandeja em relação ao foco de radiação no equipamento de teleterapia (73,5 cm).







Figura : Esquema para a confecção do molde












Figura : Marcação da área a ser protegida a


Figura : Forma do isopor retirado
Figura: Proteção Pronta, feita correspondente a moldura. com chumbo.










Figura : Visualização do aplicador com bloco de proteção.


Telas Termoplásticas
Material polímero que possui a propriedade de amolecimento quando aquecido e assume novamente a rigidez tão logo resfriado. É disponibilizado comercialmente em forma de placas com moldura plástica de suporte. Tem seu uso crescente em radioterapia na confecção de máscaras e suportes de imobilização.







Figura : Frame termoplástico








Figura : Posicionamento da máscara para cabeça e pescoço. sobre o paciente.

Tecnologias utilizadas na Radioterapia
Os avanços recentes na radioterapia incluem dois novos métodos de tratamento. Esses desenvolvimentos podem ajudar a reduzir os efeitos colaterais e aumentar o sucesso do tratamento. É importante lembrar, entretanto, que os tratamentos mais recentes são freqüentemente considerados experimentais até que possam demonstrar a mesma taxa de sucesso que as formas mais tradicionais de terapia. Além disso, esses tipos mais recentes de terapia podem não estar disponíveis em todos os centros de radioterapia. O médico pode aconselhar sobre o tratamento correto.

Terapia Conformacional Tridimensional-
A radioterapia conformacional tridimensional é uma modalidade técnica recente dentro da radioterapia. Ela permite que o feixe de raio-X produzido por um acelerador linear, possa adquirir o formato exato do volume tumoral a ser irradiado, ou seja, a radioterapia conformacional tridimensional faz com que o feixe incida retangularmente sobre um paciente quando tratado de forma convencional, seja modelado de acordo às particularidades geométricas de cada tumor ou órgão a ser tratado nas mais variadas angulações. Para que este efeito ocorra, é necessário contar com sofisticados recursos técnicos que vão desde a aquisição de cortes tomográficos do paciente no processo de simulação, passando pelo uso de programas computadorizados para reconstrução volumétrica tridimensional, e terminando com a modelação do feixe durante as aplicações da radioterapia, não podemos deixar de mencionar que o material humano é de vital importância em todas estas etapas, pois este é um novo conceito de radioterapia, onde a capacitação e o aprimoramento constante do profissional são indispensáveis.
A radioterapia conformacional tridimensional, permite que doses mais altas de radiação sejam liberadas no tumor, leito tumoral ou órgão doente, e ao mesmo tempo minimiza danos agudos ou tardios aos tecidos vizinhos, desta forma proporciona aos pacientes maiores chances de cura e menos efeitos adversos do tratamento. É por estes motivos que a radioterapia conformacional tridimensional é a modalidade técnica de radioterapia empregada nos melhores centros de tratamento de câncer ao redor do Mundo, por exemplo, esse tipo de Radioterapia pode ser encontrado no IMIP –Recife –PE, no qual possui um software (XiO da empresa Elekta), que consiste em um sistema de planejamento de tratamento abrangente, que pode suportar uma variedade de modalidades de tratamento, incluindo 2D, 3D, IMRT(Radioterapia com Intensidade Modulada), braquiterapia e tratamento de partículas (prótons e íons de carbono). Resumindo, com o XiO os profissionais do Imip conseguem calcular a dose
ideal para cada paciente, e também podem simular cada radioterapia que é realizada no paciente, ou seja, depois de feita a sessão de radioterapia no paciente, o profissional irá comparar através de radiografias o resultado do tratamento real com o tratamento simulado, e com isso eles terão o parecer se o tratamento está sendo como o esperado e com isso dando bons resultados.
Mesmo a dose sendo calculada pelo software, o físico responsável pelo setor, irá realizar os cálculos manualmente, para confirmar se realmente a dose esta calculada corretamente, pois, qualquer erro nesses cálculos poderá prejudicar o paciente,portanto, se a dose não surtir o efeito desejado no tratamento o paciente não poderá realizar sessões de radioterapia novamente.
Esse tipo de Radioterapia é uma área bastante interessante para o Engenheiro Biomédico, pois ele será um profissional apto a realizar os cálculos de doses necessários para o tratamento de um determinado paciente e especificadamente o tipo de câncer e a sua localidade, e ainda mais, ele será o responsável em fazer toda simulação computadorizada da radioterapia realizada no paciente.
Essa área apresenta-se em evolução no Brasil, ela só é encontrada nos maiores centros de Radioterapia no país. No exterior, essa área está bem desenvolvida.








Figura : Imagem do programa CAT-3D MEVIS
Visualizamos na imagem a análise que é feita em um paciente que tem câncer de próstata.












Figura  : Análise de dose em 3 planos (radioterapia conformacional 3D)



Figura : Regiões selecionadas para o tratamento com radiação (Radioterapia Conformacional 3D). A área que é mostrada nas imagens acima, são originadas da próstata.








Radioterapia Conformacional com feixe de prótons:
A radioterapia conformacional com feixe de prótons é outro novo tipo de radioterapia. Essa técnica é semelhante à 3D-CRT, exceto pelo fato de utilizar prótons para produzir o feixe de radiação. Os prótons são partículas microscópicas que produzem energia na forma de um feixe de radiação. Os feixes de prótons podem atravessar o tecido sadio sem danificá-lo, ao mesmo tempo em que tem por objetivo atacar o tecido canceroso.

Papel do Engenheiro Biomédico na Radioterapia
▪ Na Radioterapia o Engenheiro Biomédico tem um papel bastante importante, por exemplo, exercer a função de Dosimetrista, que tem por finalidade executar atividades de calibração do feixe, controles de qualidade das unidades de tratamento, de planejamento, incluindo sua participação nos procedimentos de localização, simulação e irradiação.
▪ O engenheiro pode elaborar, implementar e revisar o Plano de Proteção Radiológica com a freqüência nele estabelecida, para garantir que as fontes e equipamentos emissores de radiações ionizantes sejam utilizados de forma segura de acordo com as normas de segurança e proteção radiológica vigentes e as restrições
estabelecidas na Autorização para Operação concedida pela CNEN;
▪ O Engenheiro Biomédico pode ter o papel de garantir a segurança e o desempenho de todos os equipamentos e fontes sob sua responsabilidade, ou seja, realizar uma manutenção preventiva do equipamento.
▪ O Engenheiro possui o papel calibrar regularmente os feixes terapêuticos utilizando protocolos nacionais ou, na falta destes, protocolos internacionais recomendados pela AIEA;
▪ O engenheiro pode conduzir o programa de controle da qualidade dos equipamentos, instrumentos e acessórios de radioterapia e dosimetria;
▪ O Engenheiro tem a função de manter o dosímetro clínico (eletrômetro e câmara de ionização) e o monitor de área calibrados por laboratório de referência autorizado pelo Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, por delegação do
INMETRO;
▪ O Engenheiro tem o papel de supervisionar o funcionamento dos equipamentos utilizados e os trabalhos de manutenção;
▪ Na Radioterapia podemos também encontrar toda a função que exercida pela Engenharia Clínica, entre elas estão: Responsável pela compra do equipamento se necessário, verificar se o corpo técnico da área apresenta capacitação para tal função,com isso, saber utilizar o equipamento de forma correta; Acompanhamento de serviços de manutenção,logo, saber se está sendo feito corretamente e etc.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nanotecnologia Brasileira Trata Câncer e Arterosclerose

Nanopartícula com medicamento

Uma nanopartícula desenvolvida pelo grupo do professor Raul Cavalcante Maranhão, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCM-USP), é capaz de levar medicamentos especificamente a células cancerosas ou a tecidos de órgãos transplantados.


Recentemente, a equipe verificou que a técnica também é eficiente contra a aterosclerose.

"Trata-se de um avanço muito importante, pois é a primeira vez que se trata o efeito base da aterosclerose. Até agora, a doença era tratada com remédios para hipertensão - para a desobstrução de vasos -, que atingem os efeitos mas não a doença", disse Maranhão.

Colesterol LDL

A pesquisa para criar a partícula nanométrica começou a tomar corpo em 1995, quando Maranhão iniciou o projeto "LDL artificial: um novo método para o tratamento do câncer".

O objetivo era criar uma versão artificial da LDL (lipoproteína de baixa densidade, em inglês), partícula que concentra mais de 70% do colesterol presente no sangue humano.

O resultado foi a LDE, uma LDL artificial composta de um envoltório de fosfolípedes e um núcleo de colesterol.

Na circulação, a LDE recebe partes proteicas das liproproteínas naturais ao se chocar com elas. Uma dessas partes é a Apo E, que passa a fazer parte da LDE. "Com ela, a LDE começou a se ligar ao receptor com muito mais força do que a própria LDL, porque a Apo E tem muito mais afinidade com o receptor", explicou Maranhão.

Receptores das células

A aplicação prática da pesquisa teve início quando o professor da USP conheceu o trabalho ganhador do prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1995, conquistado pelos norte-americanos Michael Stuart Brown e Joseph Goldstein.

Os dois haviam descoberto o receptor da LDL, mas a parte do trabalho que mais interessou a Maranhão foi a que mostrava que esse receptor é muito aumentado em células neoplásicas, as afetadas pelo câncer. Essa superexpressão dos receptores foi percebida pela primeira vez na leucemia.

A explicação disso seria que a célula cancerosa se divide com muito mais velocidade do que as células comuns. Para isso, ela precisa duplicar todo o seu estoque de membranas, que são formadas basicamente de lípides. A maneira mais fácil de a célula obter essa matéria-prima é pelo aumento no número de receptores para o LDL, que carregam o colesterol.

"Com essa descoberta, decidimos injetar uma droga na LDE para que atingisse diretamente o câncer, pois as demais células têm muito poucos receptores para a proteína", contou o professor, afirmando que essa manobra seria impossível de ser feita com a LDL.

Quimioterapia com nanotecnologia

Em alguns testes clínicos, as nanopartículas LDE foram marcadas, o que permitiu a visualização de sua trajetória pelo organismo. O experimento acabou confirmando que ela se concentrava nos sítios de medula óssea afetados pela leucemia.

O resultado é uma quimioterapia com toxicidade extremamente reduzida, que chega a ser até dez vezes menor na comparação com outras drogas. A quimioterapia tem como um dos principais obstáculos os efeitos colaterais provocados pela toxicidade dos medicamentos.

A seletividade do alvo conquistada com a nanotecnologia permitiu o combate às células doentes preservando as demais de uma exposição exagerada ao medicamento. Esse efeito foi observado também em outros tipos de cânceres, como ginecológico, mieloma múltiplo, mamário e ovariano.

Essa etapa foi desenvolvida no âmbito de outro Projeto Temático FAPESP, intitulado "Lipoproteínas artificiais na investigação das dislipidemias e no tratamento do câncer", conduzido de 2000 a 2004.

Remédio para aterosclerose

Ao aplicar a LDE em coelhos, Maranhão percebeu que a nanopartícula também se concentrava nas lesões ateroscleróticas dos animais. "A aterosclerose é um processo proliferativo desencadeado por uma doença inflamatória e, na proliferação, o número de receptores para LDL é aumentado", explicou.

Os resultados mostraram que a mesma LDE pode ser utilizada como veículo para levar drogas específicas contra a aterosclerose. Em testes feitos em coelhos, a técnica conseguiu reduzir a doença em até 60%.

O sucesso da nanopartícula fez com que Maranhão recebesse um convite para estender as aplicações da técnica. A iniciativa foi do diretor do Instituto do Coração da USP (Incor), Noedir Stolf, que havia desenvolvido técnicas de transplantes de coração em coelhos.

Nos animais, Stolf conseguiu implantar um coração sem retirar o órgão original. Com os dois corações trabalhando em paralelo, Maranhão testou a LDE e notou que ela se concentrava quatro vezes mais no órgão transplantado em comparação com o original. Mais uma vez, um processo inflamatório, provocado pela rejeição, estava aumentando os receptores para a nanopartícula.

Além da rejeição há uma aterosclerose acelerada conhecida por doença coronária do transplante, que afeta boa parte de transplantados cardíacos após cinco anos com o novo órgão. Trata-se de um processo de obstrução dos vasos e para o qual muitas vezes o único tratamento é um novo transplante.

Nos coelhos, tanto a rejeição como a obstrução das artérias foram tratadas com sucesso por meio da LDE. Segundo Maranhão, os resultados serão publicados em breve no periódico Journal of Thoraxic and Cardiovascular Surgery, que já aceitou o trabalho.

Para o professor, a LDE faz parte de uma nova categoria de medicamentos baseados na nanotecnologia e que podem abrir inúmeras aplicações na medicina.

"A ideia é ter uma nova classe de drogas para combater a aterosclerose cerebral, a periférica, doenças cardíacas, cânceres e muitas outras", indicou.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Novas armas no tratamento do câncer: nanopartículas, nanoconchas e nanotubos

Warren Froelich
American Association for Cancer Research - 05/12/2005

Elas não são mais do que minúsculas partículas, podendo existir sob variadas formas: tubos, conchas, espirais e até mesmo no formato de uma bola de futebol. Elas também compartilham um prefixo comum: nano, deixando transparecer seu tamanho, um bilionésimo de metro.

Hoje, os cientistas que estudam o câncer, em suas diversas formas, estão explorando o potencial dessas nanoestruturas para alvejar com precisão células cancerosas, sem danificar o tecido à sua volta, além de diagnosticar a formação de tumores muito antes que eles tenham a chance de se transformar em uma ameaça à vida.

Embora o diagnóstico e terapias disponíveis ao público ainda estejam há anos de distância, vários desses estudos estão se aproximando dos testes clínicos, enquanto alguns poucos já estão sendo testados em pacientes.

Durante a conferência "Avanços na Nanotecnologia para o Diagnóstico e Tratamento de Câncer", realizada recentemente nos Estados Unidos, vários desses estudos foram apresentados:

Nanoconchas, cheias de partículas de ouro, destroem células tumorais quando aquecidas com a luz de um raio laser. E mais, essas nanoconchas interagem com a luz de forma específica, podendo ser "configuradas" para destruir sob a ação de comprimentos de onda específicos, apenas alterando-se seu conteúdo e o formato da própria concha.
Uma nanopartícula, combinada com hormônios e um peptídeo mortal para as células, está sendo testada para "fotografar", alvejar e destruir células primárias e metastáticas do câncer de mama.
Um novo tipo de "nanocomplexo", consistindo de um liposomo microscópio, à base de lipídios, e um anticorpo, juntamente com terapia genética, está entrando na fase de estudos clínicos, em um enfoque que, os cientistas esperam, poderá tanto detectar quanto alvejar e destruir células cancerosas metastáticas.
Um nanotubo, combinado com anticorpos monoclonais, detecta células cancerosas, com o potencial de se transformar em uma alternativa barata para diagnosticar se células são cancerosas ou não, em matéria de minutos, e não mais de horas ou dias, como os métodos atuais.

Uma das profissões mais promissoras em 2018

Como será o mercado de trabalho em 2018? Com base em projeções econômicas e sociais, o Departamento de Trabalho Americano respondeu a essa pergunta e projetou as 30 profissões que devem ter maior crescimento nos próximos oito anos.

De acordo com a pesquisa, as carreiras da área de saúde são as mais promissoras nesse sentido. Das 30 profissões com maiores chances de desenvolvimento do mercado de trabalho, 20 são ligadas ao setor. Exemplo disso é a área de engenharia biomédica. Puxada pelo envelhecimento da população, a carreira lidera o ranking das profissões mais promissoras. Estima-se que, no período de 2008 a 2018, esse mercado cresça em até 72%. A área de tecnologia da informação vem logo em seguida. De acordo com a projeção, cargos de análise de sistemas devem aumentar em 53 %.

A pesquisa prevê também um crescimento do mercado para bioquimícos e profissionais de educação física.A previsão de crescimento do mercado de trabalho americano para o período é de 10,1%. No Brasil, a expectativa é de que até o fim do ano sejam criados 2,5 milhões de empregos. Engenheiros e profissionais de tecnologia de informação integram a lista de profissões onde há mais carência de pessoal qualificado.

A previsão é de que as profissões ligadas ao pré-sal estejam em alta nos próximos anos. Confira a lista das profissões que mais devem crescer nos próximos anos no mercado de trabalho americano
1. Engenheiros Biomédicos

O envelhecimento da população somado à crescente demanda por serviços médicos deve aumentar a procura por tecnologia ligada a saúde. Nesse cenário, os engenheiros biomédicos entrarão em ação para desenvolver soluções para a área. De acordo com a pesquisa do governo americano, o mercado no setor deve crescer 72% até 2018.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Criado equipamento capaz de detectar a dor





Criado equipamento capaz de detectar a dor

Uma pessoa normalmente é capaz de apontar com bom nível de segurança onde ela está sentindo dor. Mas daí a dizer qual músculo específico está doendo vai uma grande diferença.

Dores crônicas

O problema é ainda maior para pessoas portadoras de dores crônicas, que sofrem de doenças como artrite ou fibromialgia ou das genéricas dores lombares.

O novo aparelho, chamado SPOC, deverá ajudar os médicos a delimitar melhor os tratamentos, evitando aqueles que podem ser clássicos, mas que não funcionam para pacientes específicos, incluindo as cirurgias.

Aparelho de detectar dor

O aparelho é capaz de localizar com precisão o músculo que está ativando os terminais nervosos e gerando a sensação de dor no cérebro.Segundo seus criadores, o aparelho significará uma revolução no tratamento das dores, principalmente das dores lombares e no pescoço.

Em contato por email, eles se recusaram a dar detalhes mais precisos de seu funcionamento alegando segredos comerciais e informaram que o aparelho entrou na última etapa de validação pela FDA, um passo antes da autorização final para sua chegada ao mercado.

Dores nos músculos

Ao tratar de pacientes com dores lombares, em vez de darem mais atenção aos músculos, a maioria dos médicos foca-se na coluna, nos discos ou nos nervos. Isso acontece principalmente porque não existe ainda um equipamento capaz de apontar com segurança qual músculo específico está na origem do problema - como um raio-X indica qual osso está quebrado, por exemplo.

Esta é a solução que o SPOC espera trazer. Segundo seus criadores, 85% de todos os diagnósticos de dores lombares, ao invés de apontar a causa da dor, classificam-nas como "dores não específicas", o que significa que não se sabe exatamente qual é a sua origem. Esta é, segundo os médicos, a principal razão dos resultados "decepcionantes" dos tratamentos prescritos.

Pílula com câmera navega pelo corpo humano e tira fotos




Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/07/2008
Pílula-câmera navega pelo corpo humano e tira fotos, aposentando a endoscopia
A câmera-pílula agora é dotada de controle, que é feito por um dispositivo magnético externo, podendo substituir com vantagens os endoscópios em todos os exames.[Imagem: Fraunhofer]

Já existem câmeras em forma de pílula, que podem ser engolidas e transmitirem imagens do interior do corpo humano, substituindo os mais invasivos exames de endoscopia.

Mas, até agora, essas pílulas não dispunham de nenhum mecanismo de controle, e os médicos dependiam apenas da sorte para conseguirem imagens dos pontos exatos do organismo que eles precisam examinar.

Pílula-câmera robótica

Uma equipe do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, ajudou a resolver esse problema criando uma nova câmera que se aproxima um pouco mais do conceito de um robô navegando pelo sistema digestivo humano.

A nova "pílula-câmera robótica" pode ser virada e até parada quando necessário. E, pela primeira vez, ela permite que se faça imagens do esôfago, por onde as versões anteriores das "câmeras de engolir" passavam muito rapidamente.

Navegando pelo corpo humano

Embora já existam robôs experimentais capazes de navegar no interior dos intestinos, a solução encontrada para dirigir a minicâmera endoscópica foi bem mais simples e prática, utilizando um campo magnético externo. Com um controle magnético do tamanho de uma barra de chocolate, o médico pode parar, virar e movimentar a câmera e até ajustar o seu foco.

As imagens são obtidas com a ajuda de um "flash" feito com diodos de luz fria. As fotos obtidas são imediatamente transmitidas para o computador de controle ao lado do paciente por meio de uma conexão sem fios.

Exames do esôfago e do estômago

Esta nova versão da câmera já comprovou ser capaz de fazer imagens do esôfago e do estômago graças a experimentos que os cientistas fizeram neles próprios. A versão anterior ficava apenas três ou quatro segundos no esôfago e agora pode ficar até 10 minutos, podendo tirar de duas a quatro fotos por segundo.

No estômago, o seu peso de cinco gramas era suficiente para que ela caísse diretamente para a parede inferior, tornando impraticável qualquer imagem. Agora, dotada de controle, tudo o que é necessário fazer é virá-la na direção desejada, permitindo a tomada de imagens de todas as paredes do estômago.

O primeiro coração artificial integral não vai bater



Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2008
O primeiro coração artificial integral não vai bater
[Imagem: Michael DeBakey]

Pesquisadores de várias universidades norte-americanas uniram-se em um projeto de pesquisa cujo objetivo é desenvolver um coração totalmente artificial, com bombas independentes para substituir os ventrículos direito e esquerdo.

Coração que não bate

Além de buscar a substituição integral do coração doente, em todas as suas funcionalidades, a grande novidade do novo coração artificial é que ele não vai bater - em vez das tradicionais bombas pulsantes, ele utilizará duas bombas rotativas de fluxo, absolutamente silenciosas e sem vibrações.

O projeto está em fase de simulação e agora os cientistas estão analisando o impacto que as novas bombas terão sobre o sangue. Antes que o novo coração que não bate seja testado em animais é necessário saber com precisão como as células sangüíneas e as plaquetas se comportarão.

"Como essas bombas serão implantadas para uso a longo prazo, nós temos que ter certeza que o dano ao sangue será mínimo," diz o professor Matteo Pasquali. Dois tipos de problemas são mais preocupantes: a liberação excessiva de hemoglobina pelas glóbulos vermelhos - o que seria tóxico para os rins e para o fígado - e o processo de ativação das plaquetas - que podem induzir à formação de aglomerados de glóbulos brancos que podem entupir pequenos vasos sangüíneos.

Sincronismo entre os ventrículos

Outra preocupação dos engenheiros é como fazer com que as bombas respondam de forma pronta, mas suave, às necessidades variáveis de sangue apresentadas pelo corpo - como quando a pessoa se exercita ou sobe escadas rapidamente, por exemplo.

Também está merecendo especial atenção o sincronismo entre as bombas que substituirão os dois ventrículos. "O coração tem uma capacidade de auto-regulação embutida," explica Pasquali. "Como as duas bombas que formam o coração artificial integral contornam o coração [natural] totalmente, é importante embutir um mecanismo para a regulação no dispositivo. De outra forma você poderá ter um acúmulo de sangue nos pulmões se a bomba esquerda estiver bombeando muito lentamente em relação à bomba direita."

Testes em animais

Os cientistas estão levando a utilização das tecnologias disponíveis ao extremo. Seu objetivo é construir um coração artificial que seja, ao mesmo tempo, pequeno o suficiente para ser implantado em uma criança, e potente o suficiente para bombear toda a necessidade de sangue de um adulto.

Os primeiros testes em animais, que serão feitos em bezerros, deverão começar assim que os cientistas confirmarem todas as previsões em seus simuladores.

Monitor da saúde ultrafino e flexível pode ser embutido na roupa

Roupas inteligentes

O instituto de microeletrônica Imec, da Bélgica, desenvolveu uma técnica para a construção de equipamentos eletrônicos flexíveis que permite a integração dos circuitos em uma plataforma 3D com apenas 60 micrômetros de espessura.

Batizada de UTCP (Ultra-Thin Chip Package), a tecnologia permite a integração de sistemas completos em um substrato flexível de baixo custo, abrindo o caminho para a fabricação em escala industrial de sistemas de monitoramento da saúde e de equipamentos eletrônicos incorporados em roupas, mochilas e até pulseiras.

Circuitos flexíveis

Para a integração do circuito, o chip é inicialmente fabricado com uma espessura máxima de 25 micrômetros e depois incorporado em um invólucro flexível ultrafino. A seguir, o invólucro é incorporado em uma placa de circuito impresso tradicional de duas camadas. Depois de pronta, a placa de circuito impresso pode receber as conexões e demais componentes eletrônicos necessários a cada aplicação.

Os engenheiros belgas resolveram um conhecido problema dos circuitos ultrafinos, cuja espessura impede o teste de seu funcionamento depois que eles são fabricados. A solução passou pelo redimensionamento dos contatos dos chips ultrafinos, que agora adaptam-se às placas de circuito impresso flexíveis já disponíveis comercialmente.

Monitoramento da saúde

O circuito de demonstração, visto na foto, ainda utiliza os conectores tradicionais, mas um circuito definitivo deverá dispensá-los totalmente, mantendo a espessura máxima exigida pela montagem dos chips (60 micrômetros), que são mais finos do que os pontos de solda de um circuito atual.

Este circuito de demonstração é um sistema completo de monitoramento da saúde, monitorando os batimentos cardíacos e gerando um eletrocardiograma em tempo real, similar aos exames gerados pelos aparelhos médicos.

O aparelho também monitora a atividade muscular, gerando um exame conhecido como eletromiograma. Todos os resultados são enviados continuamente para um computador externo por meio de uma conexão de rede sem fios.

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/03/2009
Circuito de monitoramento da saúde é ultrafino e flexível
Sistema de monitoramento da saúde construído com chips flexíveis com espessura de 60 micrômetros.[Imagem: IMEC]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nanopartículas reparam o coração


SÃO PAULO - Nanopartículas desenvolvidas por equipe do MIT e de Harvard ajudam a tratar doenças cardiovasculares.

Recobertas com uma fina camada de fragmentos de proteína, elas aderem às paredes danificadas das artérias e liberam medicamento aos poucos.
Atualmente, uma das maneiras de tratar artérias entupidas ou danificadas é colocar um stent – pequeno aparelho que segura os vasos abertos e libera drogas aos poucos. A ideia da equipe lierada por Robert Langer e Omid Farokhzad não é substituir esse procedimento, mas complementá-lo com a as nanopartículas ou utilizar a descoberta em locais inoperáveis.

Afinal, elas são injetáveis no corpo e dispensam a necessidade de grandes procedimentos cirúrgicos.

Para construir essas pequenas esferas de 60 nanômetros de diâmetro (cada nanômetro corresponde a um milionésimo de milímetro), a equipe precisou encontrar uma sequência de peptídeos que conseguisse se fixar ao corpo, ou seja, se ligasse mais facilmente às moléculas na superfície da membrana celular.
A escolhida é um sequência de sete aminoácidos chamada C11. Uma vez presa à artéria danificada, ela passa a liberar drogas que impedem a divisão celular. Apesar de parecer contraditório, esse procedimento que impede a cicatrização natural pode salvar vidas, pois o crescimento de tecidos muitas vezes é o que causa o bloqueio do vaso sanguíneo.
A droga é liberada por meio da hidrólise, um processo que ocorre gradualmente: quanto maior a corrente de polímeros, mais demorado é o processo de liberação. Assim, os cientistas podem controlar a saída do medicamento variando a espessura da camada de proteína que serve de cobertura. Até agora, os testes chegaram a 12 dias de liberação.

Nos mesmos testes com ratos, a equipe de pesquisa percebeu que as nanopartículas poderiam ser injetadas em local distante daquele afetado. Os animais, as doses foram aplicadas na cauda, e as partículas conseguiram chegar e se instalar nas artérias danificadas do coração corretamente – sem se prender às paredes saudáveis.

A tecnologia descrita na revista Proceedings of the National Academy of Sciences também poderia ser usada para o tratamento tumores.


http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/nanoparticulas-reparam-o-coracao-20012010-3.shl?2